Quer economizar na hora que sua família mais precisa?

Setembro amarelo: como lidar com a solidão na velhice

O sentimento de insatisfação com a vida é comum na terceira idade e pode ser danoso. Descubra o motivo

É muito comum que os idosos se queixem do tratamento que recebem de sua família
Imagem: canva.com

Por que temos medo de envelhecer? Aprendemos ainda na infância que o processo natural da vida é nascer, crescer, envelhecer e morrer. Porém, se pudéssemos, pularíamos a etapa do envelhecimento. Na música “Envelhecer”, o cantor Arnaldo Antunes relata que é importante aproveitarmos cada etapa da vida, ou seja, não podemos fingir que somos jovens na terceira idade: “Pois ser eternamente adolescente nada é mais démodé. (…) Com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que não para de crescer, não sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr”. Ou seja, como diria uma outra canção: “toda idade tem prazer e medo” e precisamos saborear todas as experiências que o ato de viver nos proporciona. Só envelhece quem está vivo, não é mesmo?

Atualmente, o Brasil possui mais de 32,9 milhões de idosos e isso expõe um problema, a solidão! Apesar de ser uma dificuldade comum na terceira idade, a solidão é pouco averiguada pelos profissionais de geriatria e gerontologia. Todavia, compreender o processo de envelhecimento e as ações que necessitam ser adotadas por familiares, profissionais da saúde e políticas públicas é algo essencial e urgente. Precisamos falar sobre isso!

Engana-se quem acredita que envelhecer é um desafio que abala somente os países de terceiro mundo, esse obstáculo também impacta a população dos habitantes de primeiro mundo. Mas vale reforçar que, o envelhecimento da população brasileira marcha em uma velocidade acelerada. Ao passo que a maioria dos países desenvolvidos vivenciou o envelhecimento de maneira prolongada, no Brasil, as estimativas apontam que o número de idosos crescerá espantosamente nos próximos anos, chegando perto de 65 milhões de anciãos.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), um país envelhecido é aquele que 14% da sua população tem mais de 65 anos. Na França, esse processo demorou 115 anos. Na Suécia, 85. No Brasil, levará 20 anos. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre 2012 e 2017, a população de idosos aumentou 19,5%.

É fato que diversos idosos encaram essa etapa como a melhor de suas vidas. Aproveitam o tempo livre para viajar, dançar, caminhar etc. Realizam inúmeras atividades e não dão brecha para a solidão. Mas boa parte dos idosos não lida bem com a velhice por conta das mudanças do corpo e do sentimento de inutilidade, com isso, seguem para o isolamento de seu ciclo social.

No Brasil, podemos dividir a senilidade em dois grupos: “terceira idade” e “os velhos”. A terceira idade representa a fase que é vendida como a melhor fase da vida, o momento para aproveitar a existência, fazer o que desejar e satisfazer todas as vontades. O grupo dos “velhos” retrata a velhice debilitada e decadente, repleta de doenças e limitações. Quem faz parte do segundo grupo, acaba vivenciando algo muito comum em nossa sociedade: a solidão na velhice!  

O que é solidão?

Viver sozinho não é sinônimo de solidão. Tanto que artistas, escritores e cientistas retratam o isolamento como uma situação fundamental à criatividade. A solidão diz respeito ao sentimento de insatisfação com a vida. É uma sensação penosa e angustiante, que leva a um mal-estar em que o indivíduo se sente sozinho mesmo que esteja rodeado de pessoas. Essa situação é mais comum entre os jovens e os idosos.

Além disso, há o sentimento de não pertencimento, isto é, a pessoa não se sente parte de nenhum grupo. A solidão não é sentida por estar só, mas por não se ter a amizade ou o relacionamento que deseja. É a impressão de que não se encontrou as pessoas “certas”. Se não tivéssemos a necessidade do outro, a solidão não existiria, contudo, nascemos para viver em sociedade.

Experimentar a solidão é sempre uma experiência psicologicamente desagradável e angustiante para quem a sente, podendo levar à exclusão social. É importante destacar que os problemas de saúde, a baixa autoestima e a rejeição social têm potencial para desenvolver a solidão.

Por que os idosos se sentem sozinhos?

Há algumas causas que levam ao isolamento do idoso, tais como, aposentadoria, abandono familiar, viuvez e depressão. A alteração de padrão de vida e a sensação de perda de utilidade social são gatilhos geradores de depressão e isolamento. Geralmente, os idosos se isolam após o falecimento do cônjuge. No entanto, o desamparo por parte dos familiares é um dos pontos que mais afetam os sêniores, levando os a severo quadro de depressão.

Abandono parental e políticas sociais 

Infelizmente, o abandono de idosos ocorre devido à visão mercadológica:  idosos são onerosos ao sistema. Sendo assim, as políticas de inclusão social não possuem incentivo. Consequentemente, o país tem diversas falhas no que diz respeito ao acesso à educação, saúde, divisão de renda. Logo, os idosos padecem com a falta de um sistema acolhedor que forneça condições para uma vida digna. Além de não serem valorizados do ponto de vista econômico, os idosos são negligenciados pela sociedade.

Dentro dos lares, a situação não é muito diferente, porém, há um agravante. Quando um idoso não foi um bom pai, ele envelhece sozinho sem nenhum tipo de suporte. E como as políticas públicas não fornecem respaldo para a terceira idade, a família é quem proporciona todo o apoio para o público dos cabelos brancos, visto que as cidades não são preparadas para a categoria sênior.

Para elucidar essa questão, vejamos alguns exemplos:

  • Os bancos não têm letras grandes nos extratos impressos nem nas telas dos caixas eletrônicos 
  • Inúmeros ônibus não possuem piso baixo
  • As ruas e as calçadas apresentam muitos buracos  

Ou seja, não moramos em uma sociedade para todos. Consequentemente, é pesada a carga das famílias que têm um membro idoso e muitas vezes podem não estar preparadas para cuidar e lidar com as mudanças e adaptações originadas pelo processo de envelhecimento. Isso favorece para uma velhice pouco assistida e abandonada. Não é à toa que a solidão na terceira idade é comum.

Solidão pode matar?

A solidão pode ser levantada como uma das principais causas do adoecimento nos idosos, pois ela pode desencadear um quadro de depressão severo. O envelhecimento gera várias modificações no dia a dia de uma pessoa e de seus parentes por conta da aposentadoria, perda de entes e amigos e principalmente devido às alterações corporais como perdas cognitivas (memória e atenção).

Essas alterações podem provocar problemas físicos, psíquicos e sociais e esses elementos originam a solidão. Essa solidão, dentre suas inúmeras consequências, estão a depressão, o comprometimento na qualidade de vida da pessoa e até mesmo o suicídio. Ou seja, a solidão é a porta de entrada do suicídio. Pois ela pode caminhar para um quadro de depressão severo e finalizar na retirada da própria vida.

Solidão pode gerar transtornos mentais?

A solidão abala pessoas de todas as idades e em inúmeros momentos vida e, como dito anteriormente, a solidão na velhice é muito comum, afinal, com a aposentadoria e o afastamento da família, os idosos acabam se desconectando do mundo que conheciam. Às vezes, a morte do cônjuge ou o divórcio geram uma dor tão intensa que essas pessoas optam por viver na solidão.

Só que fomos programados para uma realidade coletiva, quando não temos contato com o outro, a tristeza costuma aparecer. Porém, tristeza e solidão não são bons parceiros. Esses dois sentimentos podem ser a raiz de algumas enfermidades, como demência, mortalidade prematura e pressão sanguínea alta.

Fora isso, os transtornos mentais são muito frequentes nos indivíduos que se sentem solitários e esse estado pode ser um estímulo para as crises de síndrome do pânico, ansiedade e depressão. Podemos citar como exemplo o Reino Unido. Neste país, as autoridades perceberam as altas taxas de doenças mentais nas pessoas que vivem na solidão. Por essa razão, criaram um ministério dedicado a erradicar esse mal silencioso. Esse dado reforça o quanto é necessário falarmos sobre o envelhecimento no Brasil para que politicas publicas sejam desenvolvidas rapidamente.

A rotina dos idosos nos asilos

Recentemente, o Reino Unido realizou uma pesquisa com 433 mil pessoas que vivem em asilos e esse estudou apontou que, normalmente, internar um familiar em um asilo é uma das situações mais estressantes pela qual um ser humano pode passar na vida. Visto que esse momento é como se fosse um certificado que atesta a nossa incapacidade e a nossa desistência de cuidarmos da pessoa mais importante da nossa existência.

Ao passar pelo portão de um asilo, após abandonar a mãe que cuidou de você ou a esposa que passou uma vida inteira ao seu lado, a alma e o coração se dilaceram em pedaços. Dores emocionais machucam muito mais do que as físicas.   

Nos asilos, geralmente, não há interação entre os idosos. Os moradores ficam indiferentes uns aos outros. E, mesmo que convivam por anos lado a lado, quase nunca sabem o nome um do outro. Quando querem falar sobre alguém, descrevem as características físicas, pois não fazem a menor ideia de qual seja o nome daquela pessoa.

No entanto, segundo a psicologia, a confiança é um atributo essencial na construção de uma amizade. Se os idosos não confiam nos seus companheiros de asilo, a solidão será algo natural. Além disso, os asilos não fornecem nenhum tipo de privacidade. Tudo é compartilhado: dormitório, sanitários, refeitórios etc. E, raramente, individualidades e diferenças são respeitadas.

A maneira como tratamos os idosos 

De forma inconsciente, nós tratamos o idoso como um doente. Isso ocorre por influência do estereótipo de que todos os velhos são meio surdos, não enxergam direito e têm o funcionamento cognitivo mais lento ou decrescente, precisando, portanto, de comunicação específica, em tom mais alto (quase gritando) ou caminhar lento. Quantas vezes os idosos não escutam as seguintes frases?

  • “Deixe que eu faço, pra você não se cansar”
  • “Não, não se abaixe!”
  • “Não se canse, eu pego pra você”

Porém, o público sênior continua vivo, saudável e cheio de disposição. Eles não querem ser tratados como um objeto quebrado ou sem utilidade.

Lidamos com os idosos como se eles fossem um bebê 

Se há um idoso no seu lar ou se convive com alguém que tenha, sabe muito bem que as pessoas tendem a fazer uma voz mais fina e a falar como se ele fosse bebê. A linguagem infantilizada com os velhos é muito utilizada em toda parte, sobretudo entre os cuidadores. Habitualmente, os enfermeiros e os médicos adotam esse mesmo tipo de postura. Sendo assim, frequentemente os idosos escutam frases neste estilo:

  • “Me dê a mãozinha”
  • “Estenda a perninha”
  • “Que menino obediente!” 
  • “Muito bem! Papou tudinho!” 
  • “Tem que comer tudo pra ficar fortinho”

No entanto, esse tipo de linguagem pode ser desrespeitosa em relação à pessoa idosa, visto que ela acaba despertando e reforçando a sensação de inutilidade. 

As queixas dos idosos 

É muito comum que os idosos se queixem do tratamento que recebem de sua família. Eles relatam que os filhos chegam tarde do trabalho, tomam banho, jantam e saem para encontrar os amigos, logo, eles passam o dia todo sozinhos. Dizem que se sentem como se fossem invisíveis.

Resumidamente, a terceira idade diz que não recebe convites, e isso faz com que eles se sintam pessoas desinteressantes e diferentes. É o sentimento de quem se sente à margem, justamente porque, material ou simbolicamente, está posta à margem, mesmo.

Vale destacar aqui novamente que as cidades são despreparadas para a mobilidade dos idosos. Os acessos são precários, com calçadas esburacadas e pouca iluminação. Além disso, os idosos são os que mais morrem em atropelamento no Brasil. Se não bastassem todos esses problemas, é necessário cuidado redobrado para evitar quedas, pois essa falta de infraestrutura propicia quedas e torções que preocupam as famílias. A cada três pessoas com mais de 65 anos, pelo menos um já sofreu alguma queda. É fato que todos levam tombos, mas o jovem cai e se levanta. Dependendo da queda, o idoso fica impossibilitado de se levantar.

No que diz respeito ao transporte público, a altura elevada do piso é um empecilho. A velocidade do veículo ou a frenagem brusca são fatores que geram acidentes nos idosos também. Então, como a cidade não é adaptada para o público sênior, logo, os familiares acabam não levando os idosos aos passeios. Afinal de contas, ir ao cinema pode ser uma aventura.

Qual a solução?  

Não existe receita pronta nem fórmula mágica, mas podemos apontar alguns caminhos. De um ângulo individual, podemos pensar na questão da depressão e como cada indivíduo pode ser preparar para evitar esse mal na velhice. É importante que valorizemos o cuidado com a saúde mental ao longo da vida. Estresse não é algo banal nem frescura, ele precisa ser tratado. Acompanhamento psicológico, técnicas de meditação e mindfulness são excelentes ferramentas que podem ser adotadas.  ​​​​​​​

Agora, pensando na sociedade como um todo, é fundamental conscientizar as pessoas sobre a necessidade de enxergar a terceira idade como um grupo interessante e cheio de talentos, para que o envelhecimento se torne algo prazeroso e saudável. Os idosos precisam ser visto como recursos econômicos, pois eles movimentaram a economia global por meio do consumo e também como mantenedores familiares.  ​​​​​​​

Por último, podemos reforçar as políticas sociais. Precisamos de projetos e leis que possibilitem o contato intergeracionais e também o reconhecimento da velhice como um todo. Na atualidade, já temos a construção de casas compartilhadas, as chamadas cohousing, que são um tipo de condomínio privado no qual os habitantes têm suas casas individuais, porém, com a chance de compartilharem um espaço comum. Esses locais são como se fossem uma república. Ou seja, cada comunidade determina suas regras e a estrutura dos lugares comunitários: lavanderias, refeitórios, bibliotecas etc. Em alguns condomínios há até serviços de meio de transporte.  ​​​​​​​
​​​​​​​
Assim sendo, é conservada a autonomia de morar em sua própria casa, mas com o privilégio de ter a presença dos outros moradores nos espaços coletivos. Neste cenário, é possível construir laços de confiança e, consequentemente, verdadeiras amizades. Logo, a solidão passa bem longe!

Diferentemente do que acontece nos asilos. O Brasil precisa urgentemente de políticas públicas eficazes que efetivem os direitos dos idosos, uma vez que o Estatuto do Idoso ainda está em sua maioria no papel​​​​​​​.

O que os profissionais de saúde podem fazer?

Os médicos e os enfermeiros, que fornecem assistência aos idosos, precisam aprender a se comunicar com o público sênior da melhor forma possível. Afinal, a solidão pode ser detectada por meio da comunicação não verbal, ou seja, através de expressões faciais, gestos, comportamento, queixas físicas e principalmente, tentativas de suicídio. Até porque medicina é sinônimo de cuidado e amor. Cada paciente é um ser humano que possui sonhos, medos e pessoas que o amam. Se esse indivíduo comete suicídio, a vida de uma família inteira será impactada.

Como a família consegue ajudar?

O contato social é um ponto indispensável na batalha contra a solidão na terceira idade. Com o passar do tempo, é frequente que a família fique meio distante dos membros idosos. Infelizmente, isso é um processo natural. As pessoas crescem e começam a seguir suas vidas e, na correria dos dias, acabam encurtando seus laços sociais. Porém, é essencial buscar manter o contato com os idosos.
​​​​​​​

O suporte familiar é fundamental para a saúde emocional e o bem-estar para o público da terceira idade. Quando os laços familiares são fortes e saudáveis, não importa quanto tempo o idoso fique sozinha diariamente, ele se sente amado e protegido, não experimenta a solidão em momento algum.

​​​​​​​Todavia, é importante também estimular o convívio com outros idosos por meio de programas sociais e redes de apoio. Preservar elos sociais nessa fase é primordial para obter apoio emocional.

O ser humano é um ser social e como tal deve estar introduzido na sociedade e respeitado não apenas pela idade conquistada, porém, um cidadão que é, um ser integral. Não importa se você é ateu ou se acredita em Deus, há uma frase do Papa Francisco que merece a atenção de todos nós: uma sociedade que não cuida de seus idosos não tem futuro. 

Sobre a Amar Assist 

Somos uma empresa parceira da causa do idoso! Temos um contrato com o Instituto Velho Amigo, que tem como missão contribuir para a inclusão social de idosos em situação de vulnerabilidade, promovendo um envelhecimento saudável com autonomia, dignidade e integração em um ambiente acolhedor. Como a nossa principal solução é o Plano Funerário Familiar, decidimos que parte do faturamento desse plano será destinado ao Velho Amigo. Porém, a nossa colaboração não se limitará a um repasse financeiro. Os nossos funcionários prestarão serviços voluntários para essa instituição de caridade, afinal de contas, não basta destinar uma porcentagem do lucro, é preciso ter engajamento e responsabilidade.  Vamos juntos mudar o mundo? ?‍

Sobre o Autor

Amar Assist

Plano Funerário
Familiar

Garanta um futuro tranquilo para sua familia com o melhor plano funarário do Brasil, Completo, Sem custos adicionais.

Ao clicar em “Quero saber mais”, você confirma que seus dados estão corretos e concorda com a Política de Privacidade.
casal com criança no ombro

Plano Funerário
Familiar

Sem custos adicionais. Proteja quem você ama dos custos elevados no momento da despedida e tenha benefícios únicos que protegem sua casa, carro, moto e pet!
Ao clicar em “Quero saber mais”, você confirma que seus dados estão corretos e concorda com a Política de Privacidade.
Amar Assist
Família se abraçando

R$ 5.000! É o preço médio de um Funeral no Brasil

Esteja preparado financeiramente para este momento. Com planos a partir de R$ 85,00, você economiza na hora do adeus.
Família se abraçando

R$ 5.000! É o preço médio de um Funeral no Brasil

Esteja preparado financeiramente para este momento. Com planos a partir de R$ 85,00, você economiza na hora do adeus.