Uma das etapas fundamentais para qualquer funeral é a preparação do corpo pós-morte. Os procedimentos realizados asseguram uma despedida segura para os presentes, além de conferir dignidade ao falecido. Muitas técnicas empregadas atualmente para os familiares dos nossos clientes de plano funerário já eram realizadas em civilizações ancestrais, como egípcios e gregos.
Se você quer entender o que acontece no pós-morte e entender a importância das técnicas empregadas, continue lendo este artigo. Vamos contextualizar o assunto e apresentar 4 técnicas usadas nas funerárias para uma despedida tranquila.
O que significa fazer a preparação do corpo pós-morte?
Fazer a preparação do corpo pós-morte envolve muitos momentos diferentes e técnicas especiais em cada um deles. Se a pessoa faleceu em ambiente hospitalar, o corpo começa a ser preparado pela equipe de enfermagem, para só então ser enviado à funerária.
A casa funerária será o local que realizará os procedimentos de acordo com o tipo de funeral escolhido e as condições técnicas identificadas. São os profissionais de saúde e os agentes funerários que fazem a higienização do corpo, aplicam técnicas para aumentar a preservação e otimizar a aparência do corpo.
Sem os procedimentos de preparação, a realização dos rituais de despedida seria impossível. Os odores desagradáveis e a aparência do falecido tornariam a situação ainda mais difícil. Assim, trata-se de procedimentos de extrema importância para os funerais.
O corpo poderá passar por uma preparação hospitalar, que será seguida de embalsamamento ou, então, procedimentos de tanatopraxia. Entenda mais sobre cada uma dessas preparações a seguir.
Preparação em ambiente hospitalar
Assim que o óbito é declarado, a equipe de enfermagem do hospital segue uma rotina de preparação do corpo pós-morte, para garantir uma boa estética e segurança para o funeral. Após a morte, o processo de enrijecimento do corpo se inicia.
Por isso, o propósito da preparação hospitalar é manter o corpo em uma posição e expressão facial mais adequadas para o funeral, facilitando o trabalho da funerária. Caso haja algum requisito religioso específico, a equipe é treinada para realizar o que for solicitado pela família, de acordo com a tradição religiosa.
As etapas feitas no hospital consistem no seguinte:
- desligar aparelhos e interromper medicações e outros fluidos;
- fechar os olhos do paciente, com fixação com fita adesiva, prevenindo que fiquem abertos;
- colocar e ajustar dentaduras, próteses e outros acessórios que preservam a aparência do rosto;
- inserir algodão seco para obstruir os orifícios do corpo;
- segurar a mandíbula fechada, com fita adesiva ou atadura;
- estender as pernas e unir os pés com fita ou atadura;
- entregar o corpo para o serviço de encaminhamento;
- realizar a higienização completa do leito;
- entregar os pertences do falecido aos familiares.
Embalsamamento
O embalsamamento de um corpo é uma técnica de conservação avançada, com diversas etapas. Em primeiro lugar, o sangue do corpo é drenado, sendo substituído por formol. Depois, é feito o procedimento para remover todos os órgãos e vísceras.
As cavidades recebem uma aplicação de formol e o corpo é reconstruído. O conteúdo das cavidades é substituído por uma mistura de serragem e substâncias conservantes, chamados de “fórmula A”. Formol é injetado nas massas musculares. Depois da reconstrução, o corpo recebe a aplicação externa de álcool canforado, sendo colocado em uma urna funerária especial, que contém outros conservantes, chamados de “fórmula B”.
A combinação dos vapores das fórmulas A e B cria um gás conservante na câmara mortuária, evitando a decomposição. Para que o efeito seja duradouro, a câmara mortuária é fechada hermeticamente com solda.
O procedimento de embalsamamento remonta às técnicas de mumificação do Egito antigo, em que a preservação dos corpos era uma prioridade. Ela ainda é utilizada para casos em que uma maior conservação é necessária ou exigida por lei, como:
- quando é preciso resguardar o corpo por 15 dias antes do sepultamento;
- nos traslados acima de 500 km;
- no transporte marítimo;
- nas mortes por acidentes, afogamentos ou queimaduras;
- quando será feito traslado aéreo internacional.
Além dessas hipóteses, o embalsamamento também pode ser escolhido pela família para melhorar a aparência do corpo, aumentando o tempo de viabilidade do funeral. Além disso, o processo também pode ser recomendado em caso de mortes em que há inchaço, como insuficiências renais e hepáticas.
Tanatopraxia
As técnicas modernas de preparação do corpo pós-morte são chamadas de tanatopraxia. Os procedimentos são mais simples que os do embalsamamento, sendo usados corriqueiramente para as situações em que embalsamar não é necessário.
Nessa modalidade, é possível que não sejam abertas as cavidades do corpo para remoção de órgãos e vísceras. Quando essa abertura ocorre, os órgãos e vísceras são colocados dentro de um invólucro hermético e recondicionados no corpo. Isso é feito quando é necessário evitar que líquidos corporais sejam expelidos durante o funeral, o que colocaria em risco a saúde e a segurança dos presentes.
A preservação do corpo é feita com a drenagem do sangue, que é substituído por um líquido conservante. Além disso, haverá aplicação de produtos para preservação nas cavidades, por injeção ou após a remoção dos órgãos. Quando for necessário reconstituir partes do corpo, isso é feito com próteses, massas e ceras próprias para a reconstrução cadavérica.
Com as técnicas de tanatopraxia o corpo fica preservado para funerais que acontecerão próximos à funerária e para transporte em curtas distâncias. O procedimento é suficiente para o traslado feito por transporte aéreo em território nacional.
Quais técnicas são usadas na funerária?
Depois que foi aplicado o processo de preservação escolhido, seja por embalsamamento ou tanatopraxia, começa a preparação do corpo para o funeral. A ideia é deixar o falecido com boa aparência, vestido com roupas escolhidas pela família e com um rosto sereno, para reconfortar àqueles que se despedirão do ente querido.
Algumas técnicas são recorrentes nessa preparação. Veja 4 delas a seguir.
1. Higienização
A desinfecção de todos os corpos que chegam à funerária é um procedimento padrão. O corpo recebe a aplicação de um potente desinfetante. Depois da secagem, o corpo recebe uma vigorosa massagem, para que o rigor cadavérico seja reduzido, permitindo o manuseio e o posicionamento do corpo para o velório.
Serão removidos todos os pelos do corpo, com exceção dos cabelos e sobrancelhas. Se a família desejar manter barba ou bigode, isso também pode ser feito. Após a higienização o corpo é submetido ao embalsamamento ou à tanatopraxia.
2. Preparação da face
O fechamento dos olhos é uma das primeiras coisas a ser feita na preparação do corpo pós-morte, pois, com a morte, as membranas da face se ressecam e dificultam esse processo. Na funerária, o afundamento natural dos globos oculares é minimizado com a inserção de cones de plástico sob as pálpebras.
O ressecamento é reduzido com a aplicação de cremes hidratantes e os olhos são colados com um gel adesivo. Para que os lábios permaneçam cerrados durante o velório, eles são suturados às gengivas.
3. Arrumação
Quando a face foi preparada, os cabelos são lavados, enxugados e cortados de forma profissional. O corpo é vestido com as roupas fornecidas pelos familiares.
4.Maquiagem
A maquiagem funerária, também chamada de necromaquiagem, é aplicada quando o corpo está pronto. Ela é feita para cobrir marcas e questões estéticas visíveis na pele das mãos, rosto e pescoço. Além de cobrir imperfeições, a maquiagem visa dar uma aparência serena e corada.
A preparação do corpo pós-morte é um procedimento complexo, que envolve muitos passos e pode durar de uma a quatro horas. Cada situação exigirá processos específicos e por isso é importante conhecer quais são as técnicas mais comuns usadas antes do funeral.
Você já conhecia algum dos cuidados que mencionamos acima? Se lembra de algum outro que seja importante? Deixe um comentário abaixo!