É uma verdade inegável e imutável que nascemos prontos para morrer, e tanto a vida quanto a morte devem acontecer em paz. Apesar disso, quase nunca estamos preparados para o falecimento de uma pessoa querida.
Em alguns casos, por exemplo, quando a pessoa já está adoecida, aceitar a sua partida, até mesmo para que o seu sofrimento acabe, é menos doloroso. Entretanto, existem casos totalmente inesperados, como os acidentes, os episódios violentos e a morte súbita.
A morte súbita (ou morte inesperada) acontece em até uma hora após o início dos sintomas. Caso não tenha sido testemunhada, é considerada súbita nos casos em que a pessoa foi vista em boas condições de saúde nas últimas 24 horas antes do falecimento.
É realmente um momento bastante impactante e doloroso, mas que precisa ser enfrentado com calma, até mesmo para ser o menos traumatizante possível. Veja, então, o que fazer em uma situação como essa.
As principais causas de morte súbita
Estudos clínicos apontam que as doenças coronarianas (ou seja, que acometem os vasos sanguíneos do coração) são uma das principais causas de morte súbita.
Além delas e das cardiopatias em geral, outras causas que merecem destaque são a overdose e as doenças neurológicas — como o AVC isquêmico, a hemorragia cerebral e a epilepsia.
Os bebês também estão sujeitos à morte inesperada, como é o caso da Síndrome da Morte Súbita do Lactente (SMSL), que ocorre em bebês completamente saudáveis e sem nenhum motivo aparente.
O que fazer em caso de morte súbita
Só mesmo o fato de ler sobre os possíveis casos de morte súbita aos quais todos nós, seres humanos, estamos sujeitos já nos causa desconforto, não é? Mas, como dissemos, apesar do imenso impacto que um falecimento como esse é capaz de causar no momento e durante toda a nossa vida, é fundamental manter a calma.
Afinal, quando se trata do falecimento de um familiar bastante próximo, existem procedimentos que precisam ser feitos para que todos possam passar pelo luto familiar em paz e assimilar tudo com tranquilidade. Veja quais são eles.
Mantenha a calma e ative os serviços de saúde
Como o falecimento, certamente, aconteceu fora dos hospitais, a primeira atitude a ser tomada é entrar em contato com o serviço de saúde — seja um hospital ou um médico da família. Isso porque é preciso que a morte seja atestada por um profissional para que os demais procedimentos sigam adiante.
Também caberá à equipe médica descobrir qual foi a causa da morte, a partir de questionamentos aos familiares e não da autópsia.
Após essa confirmação, você terá em mãos o Atestado de Óbito, com o qual poderá providenciar a Certidão, de que falaremos mais adiante.
Atente à possibilidade ou desejo da doação de órgãos
Em alguns casos de morte súbita é possível que os órgãos estejam preservados, favorecendo a doação. Por isso, apesar do choque e da dor, mantenha a calma para considerar a possibilidade de ajudar outras pessoas.
Uma única doação pode salvar até 15 vidas. Então, se for possível (e, principalmente, se você souber que essa era a vontade do seu ente querido), fale com os médicos.
Planeje o funeral
Após a liberação do corpo pelo hospital e pelo Instituto Médico Legal (se for o caso), dá-se início ao funeral, onde os familiares, amigos e outras pessoas queridas vão ter uma última oportunidade de se despedir.
Mas nesse momento existem algumas decisões que precisam ser tomadas, como:
- o local do sepultamento: a família possui um jazigo perpétuo em algum cemitério ou vai entrar em contato com a prefeitura para fazer o sepultamento no cemitério público?
- o local do velório: o cemitério escolhido tem o local para a realização do velório ou ele vai acontecer em um local público ou, até mesmo, em uma casa?
- a infraestrutura: alimentação, condições de higiene e descanso também devem ser consideradas, especialmente para as pessoas que forem passar a noite em homenagens. Se o cemitério escolhido não oferecer esse tipo de estrutura, considere deixar uma pessoa como responsável ou contratar o serviço.
Outros fatores que fazem parte do funeral dizem respeito às crenças da pessoa falecida e também dos seus familiares, que podem envolver celebrações, orações, homenagens etc. Nesse momento tão doloroso e particular, o melhor a se fazer é respeitar os sentimentos da família.
Contrate um serviço funerário
Como você pôde perceber até aqui, existem alguns trâmites necessários desde o momento do falecimento da pessoa até que ela seja sepultada e a família possa, enfim, ter um tempo para assimilar tudo o que aconteceu.
Por esse motivo, contratar um serviço funerário de confiança pode ajudar você a realizar todos esses procedimentos de uma forma mais segura. Afinal, infelizmente, existem muitos profissionais não idôneos que se aproveitam desse momento de fragilidade das famílias.
Em caso de dúvidas, peça referências e até mesmo indicações do próprio hospital ou do IML. Se já tiver um plano funerário, basta uma única ligação para que a equipe cuide de tudo o que for preciso, oferecendo toda a assistência necessária.
Reúna a documentação para a Certidão de Óbito
Assim que a morte é confirmada, o profissional que a atestou providencia o Atestado de Óbito (também chamado de Declaração de Óbito). Com esse documento em mãos, é possível providenciar o velório e o sepultamento.
Esse documento também é fundamental para que, nos próximos 15 dias, seja feita a Certidão de Óbito (que é o documento final, que servirá para as situações legais). Para emiti-lo, um familiar deve ir ao Cartório de Registro Civil com o Atestado de Óbito e um documento da pessoa falecida e também um documento seu.
A morte súbita é, sem dúvida, um momento impactante e bastante doloroso para as pessoas que ficam, mas, como em todos os casos de falecimento, é preciso encontrar uma forma de fazer a serenidade prevalecer — principalmente nas primeiras horas, quando várias decisões precisam ser tomadas rapidamente.
Esperamos que este conteúdo chegue até você para ajudar. Para saber mais sobre o assunto, confira o nosso texto que aborda as causas e prevenção da morte súbita.